segunda-feira, 30 de março de 2009

KAVOORI, A.; ARCENEAUX, N. (eds.) The cell phone reader. Essays in social transformation. New York: Peter Lang, 2006

Fichamento de três artigos disponíveis no livro citado acima. Aula 03, módulo I

LEVINSON, Paul The Little Big Blender. How the Cell Phone Integrates the Digital e the Physical, everywhere . IN: KAVOORI, A.; ARCENEAUX, N. (eds.) The cell phone reader. Essays in social transformation. New York: Peter Lang, 2006

• Ensaio introdutório sobre a evolução das mídias e as alternativas inseridas pela evolução do telefone celular que, articulado às rede, sem fio pode integrar espaço físico e digital.
• Aponta que toda tecnologia começa no cérebro humano, não só a respeito da criação – a mente serve de paradigma para a concepção das mídias digitais.
• Little Big Blend –little ao tamanho do cérebro, big/blender por que é através desta pequena porção de material que nós enxergamos, ouvimos, sentimos, pensamos, projetamos, recordamos, etc. Neste sentido, o autor que o homem projeta suas tecnologias de comunicação de acordo com a lógica do cérebro, integrando grande quantidade de serviços. Celular é o principal exemplo deste argumento.
• Cita o trabalho McLuhan (1962), mostrando que as primeiras tecnologias são apenas extensões de nossos sentidos, não responsáveis por integrar diferentes processos (ex.escrita/visão)
• Recorre ao argumento de McLuhan no livro a Galáxia de Gutenberg - como a prensa de Gutenberg aumentou a difusão do texto escrito ( ainda não integrou mídias, apenas potencializou)
• Retorna ao século XIX, mostrando como a fotografia e o telefone se articulam à nossa sensorialidade e nossa relação com o mundo. Contudo, mostram a singularidade de cada um destas tecnologias foto/visão, audição/telefone
• Emergência dos composite media: a TV, surgida nos anos 50, é o principal exemplo d mídia que integra mais de dois elementos:> visão, movimento, som (fotografia, cinema, radio – este no sentido de ser unilateral)
• Surgimento do período digital: em 1980, com o computador pessoal. Trata-se a primeira mídia que funciona de maneira próxima ao cérebro humano (mas não consegue emula-lo, principal tarefa dos cientistas de IA)
• Descreve a internet como “medium da mídia” - através dela, um usuário pode ler jornais, conversa por telefone ou messenger etc.
• Ressalta também a importância da web, através da qual um usuário pode fazer inúmeras operações (nota: não aborda a diferença entre web e internet)
• Chama a atenção do leitor para que, neste momento da década e 90, o ciberespaço é compreendido com um outro lugar, fora do mundo humano. Contudo, o momento agora é outro.
• Cellphonic freedom – liberdade promovida pelo celular, vc pode usa-lo em qualquer lugar em qualquer ocasião.
• contudo, seus custos ainda permanecem altos – little white lie.
• celular vira um modo de expressão artística juvenil (indicar ultimo artigo)
• Misturando mais que conversas.: celular envolve diálogos e conversas textuais (SMS).
• Em seguida, os celulares passam a operar com câmeras, promovendo um fluxo inusitado de fotos e imagens. Cria possibilidades de registros e flagrantes, este é o principal revés apontado pelo autor
• Mostra alguns problemas do celular, como o ID de chamadas. Compara com a sua adolescência, quando ele ligava para uma garota e se não a encontrasse, dizia que ligava mais tarde - sua identidade estaria preservada. Hoje, bastaria ela olhar para a bina e saber o dia e hora que Paul teria telefonado.
• Outro problema é que os telefones celulares nos tornam disponíveis 24 hs por dia. E mostra que o caminho para o celular continuar nos servindo é acostumar a sociedade com pos momentos particulares, em que não devemos conversar.
• - Remedial media: mostra como uma nova mídia remedia a anterior, no sentido de resolver alguns problemas (próximo da tese de Bolter e Glosem). Mostra como o celular remediou o telefone – ID resolve o problema das chamadas perdidas. Uma pessoa também não precisa estar em um lugar específico, problema típico dos telefones fixos.
• Celular também resolve o problema do isolamento e confinamento promovido pela TV.


SOUZA E SILVA, Adriana. Interfaces of Hybrid Spaces IN: KAVOORI, A.; ARCENEAUX, N. (eds.) The cell phone reader. Essays in social transformation. New York: Peter Lang, 2006


• Analisa como o dispositivo móvel pode ser apropriado socialmente, não apenas como um telefone, mas como computadores vestíveis. Mostra também como os novos serviços reconfiguram nossa subjetividade e sociabilidade e os espaços que nós habitamos – urbanos, digitais e imaginários.
• Sustenta a hipótese de que o celular é a interface do meio digital com o espaço urbano, que nos faz habitar o que ela chama de espaços híbridos – ambientes físicos e digitais criados por usuários em mobilidade e conectados a serviços possibilitados pelas tecnologias móveis. (nota: o diferencial esta na rede, não apenas na plataforma).
• Inicia citando o trabalho de Mark Weiser e seus colegas cientistas do XÉROX Park
• O computador do século XXI – estamos entrando na terceira era na história dos computadores. 1 – Mainframe computador controlado por inúmeras pessoas. 2 – Personal computer – cada pessoa conectada ao seu desktop. 3 – computação ubíqua, computadores integrados ao nosso ambientes. (oposição realidade virtual)
• - Problema 1– as interfaces típicas da segunda fase eram responsáveis por facilitar o contato do usuário com a máquina (periférico como mouse, etc. e a GUI, grafe Osíris Interfaces)
• - Weiser tenta resolver este problema, mostrando que a forma do objeto, na computação ubíqua pode facilitar o seu uso, fazendo até mesmo o objeto desaparecer.
• - Problema 2- o telefone não é uma tecnologia calma, uma vez que quando o telefone toca, o aparelho requer grande parte de nossa atenção – diferente de um computador, por exemplo.
• - problema 3 – controle: criando computadores invisíveis, ficaria mais difícil observar o que as pessoas estão controlando e observando

Mídias ambientes (computação senciente)

• Hiroshi Ishii e seu grupo de estudos (Tangible media Studies do MIT media Lab)- inspirados na tese de Weiser – transformar objetos físicos em interfaces para a interação em ambientes digitais
• As interfaces são divididas em três categorias – 1, superfícies interativas entres ambientes físicos e virtuais. 2 . Objetos físicos que juntem bits e átomos. 3 – mídia ambiente, (ambientes sensíveis (luzes e portas automáticas, etc). Criando ambientes sensíveis, Ishii trás a computação do Desktop para o espaço físico.

Computadores vestíveis

• Ishii aponta uma nova tendência para a computação ubíqua – trazer computadores para nossos corpos e peles - computadores vestiveis, adaptar os computadores aos nossos corpos.
• Inclui roupas e modelagens configuradas de acordo com a personalidade e identidade dos usuários.

• Pontos em comum com a tese de computação ubíqua – 1 , devem ser transparentes, não podem ser percebidos facilmente; 2 – trazer o espaço digital para o espaço físico permitindo que o usuário fique constantemente conectado, 3; alteram nossa percepção do espaço físico, 4 computadores são considerados ferramentas.
• Haydes mostra diferentes significados que as ferramentas adquirem através dos séculos – séculos XIX, ferramentas (machado) para modelar o corpo; século XX, o ser humano é transformado em ferramenta; século XXI as raízes são fixadas no sentido da palavra pos-humano, intervenções são feitas na forma de próteses.
• As intervenções na forma de computadores vestíveis ganham forma nos anos 70 , com destaque para o trabalho de Steve Mann (1981)
• Aponta 3 características fundamentais – a máquina é parte do corpo e não um artefato que pode ser carregado, o aparato é controlado pelo usuário, deve estar constantemente ligado
• Mann afirma que estes computadores devem ser utilizados em diversos momentos da vida, não apenas para trabalho – função que cabe aos desktops. Computadores vestíveis correspondem ao lado lúdico da vida
• Adriana diz que a primeira característica pontuada por Mann exclui os serviços da tecnologias móveis da categoria dos computadores vestíveis.
• Contribuem para criar um relacionamento do homem com a tecnologia, pois tais máquinas estão inseridas em nosso dia a dia.
• Os primeiros computadores vestíveis eram pesados e difíceis de usar. A partir dos anos 90, os modelos foram diminuindo de tamanho.

Dispositivos móveis: combinando mobilidade e comunicação

• Os dispositivos móveis compartilham algumas características com a tese de computação ubíqua e computadores vestíveis (wireless)
• Entretanto, os celulares não podem ser “transparentes” pois exigem atenção total do celular (nota: mas seria apenas um celular?)
• SadiePlant (2002) – pesquisa do uso social dos celulares Motorolla. Conclui que o uso público dos telefones celulares pode criar uma tensão pois apenas a pessoa que recebe a chamada esta condições de responder
• Estabelece 3 categorias para a recepção de chamadas em celulares em lugares públicos: 1 – flight, movimento imediato do usuário para tender chamada, 2 – suspesion, usuário para o que esta fazendo para a tender a chamada, sem se deslocar; 3 – persistence, usuário continua engajado na atividade enquanto atende o telefone.
• Adriana entende que mobilidade pode se relacionar com ubíquidade, no sentido de que tais serviços podem ser acessados em qualquer lugar, a qualquer hora, por meio de tecnologias espalhadas no ambiente humano.
• Mostra uma série de estatísticas que refletem os acessos à internet e o uso de tecnologias móveis. No Brasil, por exemplo, existem mais pessoas que usam o celular do que acessam a internet.

• Coloca como principal diferença entre computação ubíqua, computadores vestíveis e tecnologias móveis a facilidade de comunicação entre as pessoas, (nota inerente ao telefone e SMS)
• Finaliza propondo uma divisão para o significado de transparência, em relação aos telefones
– Baseada na tese de Weiser, que o dispositivo não requer nossa atenção e está integrado ao ambiente
– Outra com foco na funcionalidade. A operação resume-se a um dialogo entre 2 pessoas, com pouca atenção no dispositivo.

Vestibilidade

• Adriana propõe que os telefones celulares podem se tornar ‘vestíveis’ quando estiverem integrados aos dispositivos usados para este fim.
• Aborda o projeto da IBM/pervasive computing (1998):Explora caminhos para a tecnologia tornar-se vestível e ubíqua, Proposta de chips infiltrados em todos os objetos,Tecnologias que oferecem um serviço com base no paradigma de Weiser
• Encerra argumentando que os celulares são os dispositivos móveis mais populares diante de PDAs e Notebooks por causa de sua portabilidade e preço. Mostra o exemplo do Japão

Imersão

• Aponta o problema celulares são considerados midias não sociáveis - isolamento
• Pessoas em transportes públicos preferem falar com outras que não estejam fisicamente presentes (Rheingold, 2002)
• Hayles (2002)- pessoas são parte de um contexto (perímetro espacial) mas ao mesmo tempo é parte de um contexto mais distante, de quem recebe o contato (nota: território informacional?)
• Cita o exemplo do Walkman (contexto do ambiente e do eu )-diferença com o celular: interação inesperada e entre pares
• Discussão central: a imersão nos celulares depende da tela? Como se dá a imersão?
• H: a imersão é cinestésica, não depende apenas da visão, mas tato, cheiro, etc.
• No caso das tecnologias móveis, a imersão depende da reinvenção do ambiente urbano (walkman, games, et cetera.

Presence


• Aponta o problema celulares são considerados midias não sociáveis - isolamento
• Pessoas em transportes públicos preferem falar com outras que não estejam fisicamente presentes (Rheingold, 2002)
• Hayles (2002)- pessoas são parte de um contexto (perímetro espacial) mas ao mesmo tempo é parte de um contexto mais distante, de quem recebe o contato (nota: território informacional?)
• Cita o exemplo do Walkman (contexto do ambiente e do eu )-diferença com o celular: interação inesperada e entre pares
• Discussão central: a imersão nos celulares depende da tela? Como se dá a imersão?
• H: a imersão é cinestésica, não depende apenas da visão, mas tato, cheiro, etc.
• No caso das tecnologias móveis, a imersão depende da reinvenção do ambiente urbano (walkman, games, et cetera).

Sociabilidade: criando ambientes multi-usuários

• Adriana coloca que celulares são objetos pessoais, mas de uso compartilhado. Desprende-se da condição de vestível para extensão do corpo (Nota:McLuhan)
• Mostra as formas de chamar o celular em diversas linguas: le portable (francês), Handy (alemão), le movil (espanhol), dentre outras – todas com referência à portabilidade e mobilidade.
• Celular pode ser considerado uma extensão do nosso corpo, representa o momento em que a tecnologia não é mera ferramenta, mas parte de nosso corpo e nossa identidade.

Mobilidade e imaginação: contextos envolvidos

• Adriana mostra que mobilidade e imaginação sempre caminharam juntos, deste ações com bicicletas e radios, na década de 40 até desenhos como Dick Trace.
• Os celulares transformam a c irculação no espaço urbano, que migra de um território físico para um espaço híbrido (nota: território informacional?)
• Os telefones celulares podem ser utilizados em diversos contextos – pergunta, onde você está?
• Celulares reorganizam nossa percepção, pois ao contrario dos telefones fixos eles não estão relacionados ao lugar, mas ao usuário.
• Recontextualiza a conversação, que não ocorre no espaço fisico nem no ambiente virtual, mas em um espaço híbrido (território informacional?)

Mobilide e espaço: público, privado e (non) sourveillance

• O telefone fixo implicava em um ponto doméstico de linha (monitoração, vigilância)
• Celular mudou nossa percepção de público e privado. Introduziu alguns quetionamentos acerca da privatização de locais públicos e publicação de lugares privados
• Dentre eles, coloca que invenções como o telégrafo quebram os efeitos da comunicação face a face (nota: questão da emulação)
• Japoneses e americanos vão até locais publicos para acessar a internet em determinadas ocasiões
• Adriana coloca que a internet esta cada vez mais conectada ao lugar (midias locativas) - a ideia de “entrar na web” irá desaparecer.
• O ciberespaço não é mais um mundo a parte. Redes wi-fi – download do ciberespaço para o mundo real, metáfora da internet pingando nas coisas (Lemos).
• Cria-se um espaço hibrido (território informacional) com a convergência de redes wi-fi, espaço urbano e dispositivos moveis.

Desenvolvimento de interfaces móveis: emergência de redes sociais

• Mundo real usado como interface
• Telefones móveis não são apenas usados para fazer chamadas – outras finalidades, como entretenimento (nota: aliás isso acontece com diversos outros meios de comunicação, como o próprio computador e internet.
• Localização: atividades como “ache um amigo”, transito na cidades, mapemaento, games, etc.
• Produção e circulação de fotos e vídeos com câmeras integradas.

Conclusão

• Apresentou uma base para discussão iniciada com a tese da computação ubíqua (Weiser) e computadores vestíveis
• Constroi uma base para futuras explorações em pequisas acerca da convergência entre internet e plataformas móveis

GORDON, Janey. The Cell phone: an artifact of popular culture and a tool of public sphere IN: KAVOORI, A.; ARCENEAUX, N. (eds.) The cell phone reader. Enssays in social transformation. New York: Peter Lang, 2006

• Analise o uso corrente do celular
• Sustenta que o celular não é mais objeto da nossa cultura popular, mas também uma ferramenta da esfera pública. A performance do usuário não tem apenas efeitos em suas escolhas pessoais, mas também em eventos nacionais e internacionais
• Estudo de dois casos: eleições presidenciais nas Filipinas e atentados ao World Trade Center, ambos em 2001
• Celular tem funções específicas na cultura que não existia nos tempos da telefonia fixa.
• Mudanças nas areas da sociologia, linguistica e política
• 2004 (previsão) – celular ultrapassa telefonia fixa - 1,5 e 1, 2 bilhão
• Celular cristaliza a convergência de tecnologias de comunicação
• Interesse industrial na criação de conteúdo (gatewatching)
• Industria cultural: usuários do celula podem baixar músicas, vídeos, fazer compras, comprar passagens et cetera.
• Apesar dos custos mais elevados das ligações, o público jovem cria alternativas para se comunicar – uso cultural
• Utilidade pública – serviço de localização articulado à E911
• Na Inglaterra, os celulares são utilizados como evidencias criminais (localização)

Um artefato da cultura popular

• Celulares são personalizáveis
• Subcultura dos “emoctions” – símbolos, códigos ou combinações gráficas utilizados para a representar gestos, expressões faciais e determinados objetos
• Esfera pública (Habermas): locais do século XVIII em que as pessoas se reunião para trocar informações sem a presença de autoridades – cafés de Londres

O caso das Filipinas

• Em 1998, presidente Estrada chegou ao poder.
• Em 2000, muito dos escândalos envolvendo Estrada tornaram-se públicos
• A população teve acesso a alguns dados importantes que foram disseminadas por SMS através dos celulares (nota: houve até mesmo a criação de um ring tone)

11 de setembro - WTC


• Comenta riscos do celular interferir no radar e na comunicação entre piloto e torre de comando
• Passageiros e tripulantes de dois dos quatro voos seqüestrados em 11/09/2001 utilizaram celulares durante o vôo para avisar torre de comando e familiares.
• Celular também foi decisivo na articulação entre os terroristas

sábado, 28 de março de 2009

Resumos das pesquisas da turma

Este espaço é destinado ao compartilhamento dos resumos das pesquisas ou das intenções de pesquisas dos membros das turma 2009.1. O objetivo é propiciar que todos possam opinar sobre os temas tratados na disciplina e fazer relações e sugestões aos trabalhos dos colegas.

domingo, 22 de março de 2009

Contexto contemporâneo: Mídias Eletrônicas e Comportamento Social

No sense of place
The impact of eletronic Media on Social behavior
(MEYROWITZ)

Data de apresentação: 20/03/09

Introdução
  • A história história muda de acordo a audiência (entonação, seleção de fatos, expressões, gestos, destaques e omissões);
  • Goffman: a vida é multi-encenação com papéis diferentes em arenas sociais diferentes, dependendo da natureza da situação, do seu papel e da audiência;
  • McLuhan: as mídias são extensões dos sentidos. Sua introdução na cultura troca o “balanço sensorial” e a consciência das pessoas;
Fraquezas e Fortalezas
  • Goffman: estuda apenas as interações face-a-face;
  • McLuhan: foca nos efeitos da mídia;
  • Diferentes tipos de interação: vida real X mídia
  • Interação f-f: é mais raro a combinação de audiências – isoladas; ao contrária das mediadas;
  • O autor considera que os efeitos da mídia rearranja as encenações sociais de cada papel, mudando o senso de comportamento apropriado.
  • Sua teoria sugere que a reestruturação da arena e da performance social é atribuída à tendência atual, incluído conceitos de infância, vida adulta, masculinidade, feminilidade, de heróis-políticos a cidadãos;
  • Mídias alteram a relação geográfica e situação social
  • Comportamentos de backstage x onstage – pode haver migração com a nova ordem social formada por uma configuração mista;
  • A autor tenta estudar esta nova situação social incluindo configurações físicas e informacionais;
Mídia e Comportamento (estudos sobre o tema)
  • Tendência por add variáveis entre o estímulo e o comportamento de resposta
  • Diferentes padrões de info por diferentes meios
  • Cultivo (mitologia)
  • Agenda Setting (o que é pautado)
  • Uso e Gratificações (uso seletivo)
  • Autor: Muito foco no conteúdo e pouco no efeito da própria mídia, que tb transforma os ambientes sociais. A teoria do meio e situacionismo oferecem parcialmente os efeitos da mídia sobre o comportamento social;
Mídia como ambiente cultural
  • Mída baseada em tempo e baseada em espaço
  • Sociedade oral – fechada, interdependente; Escrita e imprensa – distancia do som, toque e resposta direta; Mídia eletrônica – muda noções de autoridade, nacionalismo e pensamento linear, “repetível”, ;
  • A adição de um fator a um antigo ambiente gera um novo. A mídia nova não destroe a anterior;
  • Efeitos são melhores aceitos qd partem de causas físicas e materiais. Mudanças informacionais são vistas como abstratas e místicas.
  • Crítica a McLuhan por não apresentar clareza, linearidade e evidências em seus argumentos sobre a impacto do meio (perspectiva x teoria).
Situações e Comportamento
  • Para cada situação há regras e papéis
  • Necessidade de conhecimento das situações, cujo aprendizado ajuda na adaptação à vida social.
  • A conceitualização de comportamento apropriado e inapropriado é feito com adição de tags como primeira data, aniversário, etc.
  • Categorias de comportamentos: sempre, nunca e algumas vezes acontecem.
  • Situações podem ser criadas e alteradas, principalmente por autoridades.
  • Incertezas e ambiguidades na definição da situação são indesejáveis.
Estudos sobre o tema
  • Comportamento das pessoas diante de novas situações – experimento psicológico.
  • Episódios, configurações e contexto. Medias de personalidades pouco predizem o comportamento e sim os fatores da situação.
  • Habilidades e Competências são situacionalmente definidas.
  • Situações afetam vocabulário e outras variáveis linguísticas.
  • Controle de compulsões por monitoramento das pistas que estimulam o comportamento.
  • Pq e como mudam as situações?
  • Sem estudos para se saber como os comportamentos mudam com a mudança das situações

  • A percepção do nosso eu se dá a partir da relação com outras pessoas - comparação
  • A verdade social é um conceito baseado em situação. Pode haver contradição a depender do papel assumido (honestidade, etc)
  • Ao passo que atuamos em um papel ele passa a ser verdade para a audiência e para nós mesmos.
  • Liberdade: possibilidade de rejeitar e escolher papéis.
  • Situacionismo é apenas uma parte da complexidade da vida social
  • Uma lacuna teórica
  • Os modelos falam sobre ordem social mas não fazem sobreposições.
  • Não consideram baixos níveis de alterações no sistema (variações do conteúdo dentro do meio, variações do comportamento numa situação).
  • Focam nos efeitos globais do ambiente
  • Padrões de acesso como tema comum: a formação do conhecimento depende de quem os acessam X meios trocam os padrões de acesso
  • Meio: pouco a fazer com as interações face-a-face;
  • Situação: não tratam da existência do meio.
Lugar social e Lugar Físico
  • Mídias mudam a relação com o lugares – dissociam o física do social (ou estende o social??)
  • Comunicação = viagem: situação a situação, status a status, lugar a lugar; Movimento físico e social (telégrafo).
  • Mídia altera situações e identidades sociais por alterar a características do local
  • Segurança e nível de comunicação
  • Comunicação via mídias virtualmente se assemelham mais com interações face a face.
Amigos de mídia
  • Interação para-social – intimidade com milhões
  • Pessoas públicas são julgados por talento e personalidade
  • Estranho – íntimo, mascara a comunicação direta – indireta,
  • Comunicação mediada simula mas está longe de ser determinante de interações pessoais.
Contexto da mensagem
  • Contexto da Mensagem é baseada no contexto.
  • Transferem informações do ambiente do emissor
  • Sentimento de familiaridade com ambiente vistos como se já tivessem sido visitados
  • Mídia Eletrônica: Lidam com o lugar como um meio estranho, violam limites, trocam significados sociais, misturam configurações de comportamento.
Situação TempoXEspaço
  • Livros: anti sociais por isolar o leitor; EM: combinação de situações
  • TV: troca o sendo de lugar de forma inconsciente
  • Acessibilidade: lugares privados → público
  • EM: trocam aspectos de identidade do grupo, socialização e hierarquia.

domingo, 15 de março de 2009

Cibercultura - contexto contemporâneo

CYBERSPACE – FIRST STEPS

MICHAEL BENEDIKT, Cambridge, 1992.

Este texto tem o propósito de analisar o surgimento do ciberespaço a partir da sua relação com a informação, conhecimento e evolução humana através dos mitos e símbolos que são criados para a representação do indivíduo, da sociedade e de suas relações com os mundos físico e natural. Analisa quais caminhos foram percorridos ao longo da história do homem que possibilitaram a existência do ciberespaço.

Argumentos centrais

O texto “Ciberespaço - primeiros passos” trata de uma análise, primeiro geral, que o autor faz sobre o que seria o ciberespaço colocando em evidencia os conceitos de senso comum estabelecido na época em que foi escrito, 1992. É evidente que estes conceitos reportam a uma época em que o ciberespaço crescia enquanto nova possibilidade de comunicação, utópica naquela época. Na sua ambiência as culturas se encontram, onde a igualdade de possibilidades tem potencial para se manifestar. O ciberespaço era visto como um ambiente onde os egos humanos desapareceriam. É um lugar de todos e de ninguém. Um universo paralelo criado e sustentado por computadores e linhas de comunicação. Era o momento chegado da redenção, da democracia, a tão sonhada esfera da pura informação.
Logo depois ele contesta seu próprio discurso, dizendo que o ciberespaço descrito não existe. Faz uma comparação ao mito de shangri-la, embora acredite que não é uma comparação tão fácil, já que de fato o ciberespaço existe e existe ali uma memória coletiva sendo construída além do mundo físico. Para fundamentar a sua contextualização faz referencia a Karl Popper* e sua teoria da constituição do mundo em três partes.
Benedikt, baseado em Pooper, diz que o mundo é inteiro, entretanto dentre dele se dividem três mundos. O mundo 1que é o mundo da matéria, das coisas naturais e suas propriedades físicas. O mundo 2 se identifica com a subjetividade de percepção do mundo, ou seja, o mundo 1 como é percebido, visto e sentido. São as intenções, cálculos, pensamentos, memórias e mentes individuais. O mundo 3 é o mundo da objetividade e da abstração, ao mesmo tempo, da realidade, estrutura pública, da mente coletiva, da interação humana, ou seja, é o resultado da relação entre o mundo 1 e mundo 2. Para Popper seus padrões são puramente informacionais. É o mundo das leis, da linguagem, da beleza, da matemática, da religião, filosofia, instituições de todos os tipos, etc.
O ciberespaço entra no mundo 3, onde cabe a abstração, a conexão mundial e segundo Benedikt, a partir da análise de Popper, o ultimo estágio do mundo 3. Essa idéia, entretanto, não é absoluta no texto, pois sugere também que o ciberespaço pode trazer de volta os elementos que compõe os mundos 1 e 2.
Para explicar tal fato, o autor divide a sua argumentação em quatro temas.
O primeiro e segundo aborda a questão dos mitos, mesmos os mais antigos, e suas influencias sobre o cotidiano das pessoas até hoje. Diz que os produtos midiáticos estão repletos de mitos e os mais jovens são mais suscetíveis a eles, pois são mais maleáveis, daí inclusive seu maior interesse pelo ciberespaço.
Mas para explicar o ciberespaço o autor propõe a análise começar pela estudo do espaço físico. E aqui entra o tema 3 onde ele aborda a análise simbólica do mundo três e sua ligação com o ciberespaço a partir das questões sobre arquitetura e da desmaterialização dos meios. Benedikt acredita que estamos num estágio de passagem, onde ainda impera a cultura da prensa, mas vive-se a potencialidade da imaterialização do mundo através do ciberespaço. A “sustentação” do mundo como conhecemos hoje passa pelas tecnologias da informação e da comunicação.
Faz uma narrativa da formação do mundo e como os objetos físico tinham grande valor simbólico para a sociedade, mas conforme as sociedades iam se tornando mais complexas, mais sofisticados e imateriais se tornavam os símbolos de representação social. Nesse sentido evolutivo as portas do ciberespaço foram abertas e a arquitetura das mentes, passam novamente por transformação.
No quarto tema ele trata da história da matemática e como o ciberespaço reviveu essas técnicas de análise, a partir das teorias matemáticas, principalmente a matemática espacial. Para finalizar ele diz que existem muitas outras coisas ligadas ao ciberespaço que não puderam ser analisadas, mas que não se esgotam nesta abordagem. Certamente o ciberespaço veio a trazer profundas modificações nas relações humanas e nas relações dos humanos com os objetos, ou tecnologias, nesta era pós industrial.
Crítica

O texto de Benedikt por ter sido escrito em 1992, traz idéias iniciais sobre o ciberespaço, época em que havia muita esperança de que fosse um ambiente redentor da sociedade, resolvendo muitos dos problemas que prevaleciam na época. O ciberespaço carregou, a princípio, a esperança da concretização das democracias, a oportunidade de coletividade mundial, um local de encontro de culturas. Certamente algumas das hipóteses do autor, que ele a princípio estrutura como utopia, estão se concretizando, como por exemplo a possibilidade da interação cultural, circulação da informação, as relações “virtuais”. Não como se imagina, mas como se pode ser, pelo menos por enquanto. Questiono o autor, entretanto, quanto a defesa que faz do ciberespaço como o último estágio da evolução do mundo 3, “…And, cyberspace, we migth now see, is nothing more, or less, than the latest stage in the evolution of world 3, with the ballast of materiality cast way - cast way again, and perhaps finally”(pag 31). Primeiro por ser um ambiente novo, na época, muito propenso a mudanças e/ou transformações; segundo, ele não levou em consideração a imprevisibilidade da história humana.

*filósofo da ciência, austríaco naturalizado britânico, já falecido. É considerado um filósofo influente do século XX. Foi também um filósofo social e político. Um grande defensor da democracia liberal e um oponente implacável do totalitarismo.

AN ARCHAEOLOGY OF CYBERSPACES – Virtuality, community, identity

Shawn P. Wilbur, 1997.

O artigo de Wilbur tem como objetivo fazer uma análise da construção do ciberespaço se preocupando com as características das relações sociais que se estabelecem, como o caso das comunidades virtuais. Para isso ele descreve o que é comunidade, o que é virtual e o que a combinação desses dois elementos representam para o ciberespaço, a cibercultura.

Argumentos centrais

O argumento principal de seu texto é sobre a cultura da internet, comunidades virtuais e identidades que se formam a partir dessa relação. Segundo o autor o ponto de referencia para falar de comunidades virtuais é Howard Rheingold* que trata principalmente do pioneirismo dessas comunidades e das fronteiras eletrônicas. Wilbur, segundo Rheingold , afirma que comunidades virtuais são agregações sociais que surgem a partir da internet quando há um número suficiente de pessoas que desenvolvem interesse por determinado assunto, debates públicos, por um determinado tempo. Mas para Rheingold a verdadeira comunidade está em ter a capacidade de deslocar a comunicação mediada por computador para a interação face-a-face ou por aquelas pessoas ou grupos que compartilham algum tipo de interesse na vida real. Além disso, acredita também que a melhor comunidade virtual se origina da verdadeira comunidade.
· A partir de sentimento próprio, Wilbur descreve comunidade como a relação de comunhão entre pessoas e objetos. O importante é a realização em comum de qualidades, propriedades, identidades e idéias, no meio eletrônico ou não. Pode ser também sinônimo de localização embora essa aproximação não demonstre nada em comum.
· Há também um outro elemento que compõe o ciberespaço e está nas preocupações do autor. O virtual. Este elemento tem forte presença no ciberespaço e passa cada vez mais para o real. O grande mérito do virtual, informa Wilbur, é sua capacidade de produzir efeitos ou para ser o próprio efeito, mesmo com a ausência do real. Pode-se entender como o reino das aparências. Paul Virilio**, segundo Wilbur, sugere que as tecnologias do virtual são destinadas não só para simular o real, mas também para subtituí-lo.
· Com o argumento da identidade individual no ciberespaço, o autor acredita que a internet envolva o usuário de tal maneira que ele pode exercitar/simular os cinco sentidos através do computador e também criar outras identidades que não aquelas que apresentamos na sociedade, dessa forma sair de sua limitação física, embora sem nunca poder deixar de ser ela mesma, mas com diversas personalidades.
· Então o que seria comunidade virtual? É tudo que se vive através do ciberespaço, que pode ou não refletir fora dele e vice-versa; é também comunidade virtual tudo o que se experimenta e vive no dia-a-dia e que se reflete a partir dos usos das tecnologias.
Crítica
O texto é sem dúvida favorável a existência e crescimento das comunidades virtuais no ciberespaço a partir das novas relações que se estabeleceram com as tecnologias. Concordo com o autor sobre seu conceito de comunidade virtual, sobre o virtual e sobre a possibilidade de se criar identidades a partir do ciberespaço e do virtual. De alguma forma achei que se deteve muito na justificativa territorial de comunidades para explicar o próprio conceito, embora tenha pincelado a questão de que, se existe comunidade é em função do interesse das relações humanas e que a internet potencializou uma nova forma de relação e possibilidade identitária.
Achei fraco o argumento usado, através de dois exemplos sobre formação e fim de comunidade virtual para explicar como se agrega uma comunidade virtual. Talvez pelo momento de sua pesquisa, mas hoje percebe-se que as comunidades se formam em torno de interesses comuns e não tem prazo para acabar, geralmente quando o elemento de liga se desfaz, a comunidade se desfaz. A proximidade física, nesse ponto também concordo com o autor, forma agrupamentos que nem sempre se pode chamar de comunidade. Ela realmente existe quando trabalham por algo em comum no virtual ou no real.

*Escritor e crítico. Sua especialidade é na área de cultura, sociedade e implicações políticas da comunicação moderna de internet, telefone móvel e comunidades virtuais.
**Urbanista e teórico cultural nascido na França, estuda e trabalha com tecnologias e desenvolvimento humano.


CYBERSPACE AND THE GLOBALIZATION OF CULTURE
JON STRATTON, 1996


Este artigo trata da relação entre a globalização e a cibercultura. Como a globalização viabilizou a expansão do ciberespaço, através de sua infraestrutura voltada para o comercio, que por sua vez potencializou os recursos para o fortalecimento das relações globais. Aborda também os problemas da hipervalorização das sociedades em que as superestradas da informação são mais desenvolvidas, em detrimento das mais atrasadas.
O autor busca também fazer uma ligação entre as características da globalização do mundo moderno e como a internet e o ciberespaço contribuem para a modificação de um sistema que depende de certas leis de mercado e condições específicas, como o capitalismo para continuar a existir. Ao mesmo tempo que o ciberespaço viabiliza relações capitalistas, também coloca em xeque este sistema a medida que abre suas fronteira a informação, a democracia e ao conhecimento.

Argumentos centrais
Na questão da globalização o autor defende o computador como elemento transformador das comunicações e da viabilização do ciberespaço, assim como o telégrafo influenciou a comunicação a partir da eliminação da necessidade de transporte terrestre para que a comunicação entre as comunidades acontecesse.
· Outro ponto é sobre a sofisticação dos símbolos e representações humanas que agora se movem independente do espaço geográfico e do tempo através do ciberespaço.
· Stratton afirma ainda que o ciberespaço mais se desenvolveu onde o capitalismo também mais se desenvolveu, pois as tecnologias da comunicação não podem ser vistas fora do contexto do capitalismo, já que a internet começou a partir das redes de telecomunicações que são uma premissa para o funcionamento do sistema.
· Segundo o autor, a abertura do ciberespaço promoveu um movimento acelerado de desterritorialização e a globalização da cultura deixou de ser apenas as relações econômicas entre as nações para se estender aos interesses diversos das comunidades.
· Um outro ponto descrito por Stratton é que a liberdade de acesso a informação oferecido pela internet está diretamente ligada a governos democráticos ou autoritário.
· Stratton baseou seu artigo em diversas referencias de outros autores como Carl Marx, James Carey (pesquisador e professor de jornalismo), Al Gore, Habermas, entre outros.

Crítica
Não tenho crítica a fazer sobre o texto de Stratton, pois concordo com os argumentos dele para localizar o ciberespaço na cultura globalizada. De fato, o ciberespaço trouxe a globalização para um outro patamar e que pode colocar em xeque as estruturas desse sistema de relações inter-culturas que antes se restringiam aos interesses econômicos e agora se entrelaçam na língua, costumes, relações pessoais, interesses de grupos minoritários que agora tem a oportunidade de se encontrarem e se verem representados no ciberespaço.


CYBERSPACE AND THE WORLD WE LIVE IN

KEVIN ROBINS, 1996

Este artigo tem o propósito de relacionar o ciberespaço com os produtos simbólicos das relações humanas da pós-modernidade principalmente no que diz respeito a identidades individuais e coletivas, a idéia de realidade virtual como elemento transformador dos elementos internos e externos aos sujeitos e a importância das comunidades virtuais para a reconstrução do conceito de esfera pública.

Argumentos centrais

Segundo o autor muitos pensam que o ciberespaço é uma visão utópica da pós-modernidade em torno de um conceito, mas o que se tem de certo é que o ciberespaço é um lugar de todos e um lugar de ninguém.
· Um outro argumento utilizado pelo autor para desenvolver seu texto é que o ciberespaço dá liberdade para se fazer o que se deseja em contraponto as limitações do mundo real. Um exemplo é a realidade virtual que permite a construção do mundo que se quer.
· Com a realidade virtual o mundo interno e externo se confunde, perde fronteiras.
· Robins utiliza muitas idéias de Rheingold* e uma delas é de que as ferramentas dispostas a partir do ciberespaço são uma oportunidade para a recontrução da convivência e sociabilidades perdidas, e principalmente da retomada do conceito de esfera pública.
· Um outro argumento é sobre as comunidades virtuais que são para ele agregações sociais em comum que emergem a partir da internet, quando existe interesses em comum mesmo que as pessoas não estejam partilhando o mesmo espaço.
· A comunidade, afirma ele, é uma rede cujo foco é um grande projeto de revitalização social.
· O ciberespaço e a identidade é uma das abordagens no texto que fala da oportunidade de se criar uma realidade artificial e de se poder compor a própria aparência. Pela subjetividade do ambiente os limites do eu são definidos menos pela aparência e mais pela integração de circuitos. Frisa que as identidades se são facilmente formadas, são facilmente descartadas como num jogo. São banalizadas. Mas podem ser exploradas em toda a sua complexidade.
· Mas o argumento de Rheingold, descrito por Robins é de que essas identidades no ciberespaço tem raízes mais profundas na natureza humana que surgem quando tem que jogar ou viver outro tipo de história. É uma idéia semelhante a de Benedikt quando diz que o ciberespaço é composto de imaterialidade e maleabilidade.
· O autor critica também aos pessimistas que dizem ter o ciberespaço e a realidade virtual tirado a imaginação.
· Uma argumentação do autor é que sugere trazer a cultura do virtual para o real já que este mundo supostamente virtual tem tomado cada vez mais o espaço físico interferindo no cotidiano.
Crítica
A crítica que tenho sobre as idéias do autor é sobre seu otimismo sobre comunidades virtuais como projeto de revitalização social. Será que para revitalizar o interesse das pessoas em comunidades basta estar no ciberespaço?E o cultivo da cidadania e educação para o sentimento de pertencimento à uma comunidade que entre outras coisas promove a liga social? O que se tem em conta é que as relações sociais das comunidades virtuais, salvo as exceções, não tem profundidade e são extremamente fluídas. Outro ponto de questionamento é relativo a sua definição de mundo externo e interno e que a realidade virtual confunde as fronteiras entre esses dois mundos. Como se dá esse processo? Nas pessoas existe essa definição clara do que seja interno ou externo no qual a realidade virtual possa confundir?

*Escritor e crítico. Sua especialidade é na área de cultura, sociedade e implicações políticas da comunicação moderna de internet, telefone móvel e comunidades virtuais.

fONTE:BELL, Keneddy. The Cybercultures Readers. London. Routledge, 2002. (capítulos 1, 2,4 e 47)

domingo, 8 de março de 2009

Cronograma de Seminários e Apresentadores

Módulo 1: Contexto contemporâneo (cibercultura)

  • 13/03 - Luciana
  • 20/03 - Mônica
  • 27/03 - Adolfo [1]
  • 03/04 - Thaís

Módulo 2: Referencial teórico-metodológico (Interacionismo simbólico)

  • 17/04 - Thiago [1]
  • 24/04 - Renata
  • 08/05 - Renata [2]
Módulo 3: Referencial teórico-metodológico (Teoria dramatúrgica)

  • 15/05 - Leonardo
  • 22/05 - Ruan
  • 29/05 - Thiago [2]

Módulo 4: Referencial teórico-metodológico (Teoria das representações sociais )

  • 05/06 - (Compós)
  • 12/06 - Vítor
  • 19/06 - Louise

Módulo 5: Dinâmicas sociais contemporâneas (internet / ambientes virtuais)

  • 26/06 - Fabrício
  • 03/07 - Adolfo [2]
  • 10/07 - a definir

Módulo 5: bibliografia

26/06 - Dinâmicas sociais contemporâneas (internet / ambientes virtuais)

Bibliografia inicial:

URKITT, I. Social Selves: theories of the social formation of personality. London: Sage Publications, 1995.

HOOK, K.; BENYON, D.; MUNRO, A. Designing information spaces: the social navigation approach. London: Springer-Verlag, 2003.

BOYD, D. Faceted id/entity: managing representation in a digital world. Online: disponível em http://smg.media.mit.edu/people/danah/thesis/.

KRAUT, R.; BRYNIN, M.; KIESLER, S. Computers, phones and the internet. Domesticating information technology. Oxford University Press, 2006.

PEREIRA, V. Na Lan house, “porque jogar sozinho não tem graça”: estudo das redes sociais juvenis on- e offline. Tese de Doutorado. Programa de Pós-graduação em Antroplogia Social, UFRJ, 2008.

WOOLGAR, S. Virtual Society? Technology, Cyberbole, Reality. New York: Oxford University Press, 2002.


03/07 - Dinâmicas sociais contemporâneas (dispositivos móveis)

Bibliografia inicial:

CASTELLS, M.; FERNANDEZ-ARDEVOL, Mireia; QIU, Jack Linchuan; SEY, Araba. Mobile communication and society: a global perspective. Cambridge: The MIT Press, 2007.

GLOTZ, P.; BERTSCHI, S.; LOCKE, C. Thumb culture: the meaning of mobile phones for society. Bielefeld: Transcript Verlag, 2005.

HUTCHBY, I. Conversation and technology: from the telephone to the internet. Cambridge: Polity Press, 2001.

ITO, M.; OKABE, D.; MATSUDA, M. (eds.). Personal, portable, pedestrian. Mobile phonesin japanese life. Cambridge: The MIT Press, 2005.

KATZ, J. A nation of ghosts? Choreography of mobile communication in public spaces. Online: disponível em http://www.scils.rutgers.edu/ci/cmcs/director/ scholarship /articles /nation%20of%20ghosts.pdf

KATZ, J. Magic in the air: mobile communication and the transformation of social life. New Brunswick: Transaction Publishers, 2006.

KATZ, J. Machine that become us. The social contexto f personal communication technology. New Brunswick: Transaction Publishers, 2007.

LING, R.; PEDERSEN, P. Mobile communications: re-negotiation of the social sphere. London: Springer-Verlag, 2005.


10/07 – A definir

Módulo 4: bibliografia

05/06 - Referencial teórico-metodológico: Teoria das representações sociais - 02 a 05/06 – Compos – terça a sexta

Bibliografia inicial:

JODELET D. As representações sociais. Rio de Janeiro: Ed. Uerj; 2001

MOSCOVICI, S. Representações sociais: investigações em psicologia social. Petrópolis: Vozes, 2007.

SPINK, M. J. (Org.). O conhecimento no cotidiano: as representações sociais na perspectiva da psicologia social. São Paulo: Brasiliense, 2004.

12/06 - Referencial teórico-metodológico: Teoria das representações sociais

Textos guias:

JODELET D. As representações sociais. Rio de Janeiro: Ed. Uerj; 2001 (p. 17 a 44, 205 a 216)

SPINK, M. J. (Org.). O conhecimento no cotidiano: as representações sociais na perspectiva da psicologia social. São Paulo: Brasiliense, 2004 (p. 19 a 45).


19/06 - Referencial teórico-metodológico: Teoria das representações sociais

Texto guia:

MOSCOVICI, S. Representações sociais: investigações em psicologia social. Petrópolis: Vozes, 2007 (p. 29 a 109).

Módulo 3: bibliografia

15/05 - Referencial teórico-metodológico: Teoria dramatúrgica

Bibliografia inicial:

BRISSELT, D.; EDGLEY, C. (eds.). Life as theater. A dramaturgical sourcebook. New York: Walter de Gruyter, Inc., 1990.

GASTALDO, E. (org.). Erving Goffman: Desbravador do cotidiano. Porto Alegre: Tomo Editorial, 2004.

GOFFMAN, E. A representação do eu na vida cotidiana. Petrópolis: Vozes, 1996.

JOSEPH, I. Erving Goffman e a microssociologia. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 2000.

LEMERT, C.; BRANAMAN, A. (eds.). The Goffman reader. Blackwell, 1997.

NUNES, J. Interacionismo simbólico e dramaturgia. A sociologia de Goffman. Goiânia: Editora UFG, 2005.


22/05 - Referencial teórico-metodológico: Teoria dramatúrgica (usos e limites de sua aplicabilidade nos contextos sociais virtuais/digitais)

Texto guia:

RIBEIRO, J.C. Gerenciamento de aparências e de informações. Item 3.2.3 da Tese de Doutorado: Um olhar sobre a sociabilidade no ciberespaço: aspectos sócio-comunicativos dos contatos interpessoais efetivados em uma plataforma interacional on-line. Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas da Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2003.


Textos complementares:

MÁXIMO, E. O eu encena, o eu em rede: um estudo etnográfico nos blogs. Online: disponível em http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/civitas /article/viewFile /3523/2753

SILVA, C. A.; SEBASTIÃO, P.M. Interacção & cibersexo. Online: disponível em http://bocc.ubi.pt/pag/silva-carlos-sebastiao-pedro-interaccao-cibersexo.pdf

29/05 - Referencial teórico-metodológico: Teoria dramatúrgica (usos e limites de sua aplicabilidade nos contextos sociais virtuais/digitais)

Bibliografia inicial: Idem à sugestão anterior.

Módulo 2: bibliografia

17/04 - Referencial teórico-metodológico: Interacionismo simbólico

Texto guia:

BLUMER, H. Symbolic interactionism. Perspective and method. New Jersey: Prentice-Hall, Inc., 1969 (capítulos 1 e 2 – p. 1 a 77).

Textos complementares:

BAZILLI, C.; RENTERÍA, E.; DUARTE, J.; FRANCISCATTI, K.; ANDRADE, L.; RALA, L. Interacionismo simbólico e teoria dos papéis. São Paulo: EDUC, 1998 (capítulos 1 e 2 – p. 23 a 105).

DOMINGUES, J. Teorias sociológicas no século XX. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001 (capítulo 2 – p. 21 a 33).

TEDESCO, J. Paradigmas do cotidiano. Introdução à constituição de um campo social. Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 1999 (capítulo 3 – p. 69 a 91)

24/04 - Referencial teórico-metodológico: Interacionismo simbólico (usos e

Textos guias:

FERNBACK, J. Beyond the diluted community concept: a symbolic interactionist perspective on online social relations. Online: disponível em http://nms.sagepub.com/cgi/content/abstract/9/1/49

ROBINSON, L. The cyberself: the self-ing project goes online, symbolic interaction in the digital age. Online: disponível em http://nms.sagepub. com/cgi/content/abstract/9/1/93

Texto complementar:

JULSRUD, T. Bahavioral changes at the mobile workplace: a symbolic interactionist approach. In: LING, R.; PEDERSEN, P. Mobile communications: re-negotiation of the social sphere. London: Springer-Verlag, 2005. (p. 93 a 111)

08/05 - Referencial teórico-metodológico: Interacionismo simbólico (usos e limites de sua aplicabilidade nos contextos sociais virtuais/digitais)

Bibliografia inicial:

Textos guias:

ROBINSON, L. The cyberself: the self-ing project goes online, symbolic interaction in the digital age. Online: disponível em http://nms.sagepub.com/cgi/content/abstract/9/1/93

SANTOS, H. Interação social e novas mídias: elementos para uma análise da interação mediada. Online: disponível em http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/revistafamecos/article/viewFile/3172/2442

Texto complementar:

JULSRUD, T. Bahavioral changes at the mobile workplace: a symbolic interactionist approach. In: LING, R.; PEDERSEN, P. Mobile communications: re-negotiation of the social sphere. London: Springer-Verlag, 2005. (p. 93 a 111)

Módulo 1: bibliografia

06/03 – Apresentação da disciplina, distribuição de atividades, discussão preliminar


13/03 - Contexto contemporâneo (cibercultura)

Texto(s) guia(s):

BELL, D.; KENNEDY, B. The Cybercultures Reader. London: Routledge, 2002. (capítulos 1, 2, 4 e 47)

Textos complementares:

HAESBAERT, R. O mito da desterritorialização. Rio de Janeiro: Bertand Brasil, 2004. (capítulos 4 e 6)

BOLTER, J.; GRUSIN, R. Remediation: understanding new media. London, UK: The MIT Press, 2000. (capítulos 1, 2 e 3)

GRAHAM, S. (ed.). The cybercities reader. London: Routledge, 2004. (capítulos 7, 8, 9, 12 e 57)

LEMOS. A. Cibercultura, tecnologia e vida social na cultura contemporânea. Porto Alegre: Sulina, 2002 (capítulos 2, 7 e 8 da parte III e conclusão)

LEMOS, A. Cibercultura como território recombinante. In: MARTINS, C.; SILVA, D.; MOTTA, R. (orgs.). Territórios Recombinantes. São Paulo: Cadernos Instituto Sérgio Motta, 2006.

STRATE, L.; JACOBSON, R.; GIBSON, S. Communication and Cyberspace: social interaction in an electronic environment. New Jersey: The Hampton Press, 2003 (capítulos 3, 14, 18 e 22)


20/03 - Contexto contemporâneo (novas mídias comunicacionais – internet / ambientes virtuais)


Bibliografia inicial:

Texto(s) guia(s):

MEYROWITZ, J. No sense of place: the impact of electronic media on social behavior. Oxford: Oxford University Press, 1985 (capítulos 1, 2 e 7)

Textos complementares:

ALBRECHT, K.; MCINTYRE, L. Spychips. How Majors Corporations and Government Plan to Track Your Every Purchase and Watch Your Every Move. Plume Book, 2006 (capítulos 1, 2 e 3).

BAUWENS, M. P2P and human evolution: peer to peer as the premise of a new mode of civilation. Online: disponível em http://noosphere.cc/P2P2bi.htm (capítulo 2).Versão completa em: http://www.networkcultures.org/weblog/archives/P2P_essay.pdf

SANTAELLA, L. Navegar no ciberespaço. São Paulo: Paulus, 2004 (capítulo 10).


27/03 - Contexto contemporâneo (novas mídias comunicacionais – dispositivos móveis)


Texto(s) guia(s):

KAVOORI, A.; ARCENEAUX, N. (eds.) The cell phone reader. Enssays in social transformation. New York: Peter Lang, 2006 (capítulos 1, 2 e 3).

Textos complementares:

BURGESS, A. Cellular phones, public fears, and a culture of precaution. Cambridge: University Press, 2004 (capítulo 2).

LEÃO, L. (org.). Derivas: cartografias do ciberespaço. São Paulo: Annablume, 2004 (capítulo 1 – texto de André Lemos)

NYÍRI, K. (ed.). Mobile studies. Paradigms and perspectives. Vienna: Passagen Verlag, 2007 (capítulos 7, 8, 10, e 13).

03/04 – Dinâmicas sociais: conceitos básicos

Texto(s) guia(s):

LAVER, J.; HUTCHESON, S. (eds.) Communication in face to face interaction. Baltimore: Penguin Books, 1972 (capítulos 1 e 14).

GIDDENS, A. Sociologia. Porto Alegre: Artmed, 2005 (capítulo 4).


Textos complementares:

ARGYLE, M. A interação social: relações interpessoais e comportamento social. Rio de Janeiro: Zahar, 1976 (capítulo 4).

KENDON, A. C. Conducting interaction: patterns of behavior in focused encounters. Cambridge: Cambridge University Press, 1990 (capítulo 2).

NEWCOMB, T.; TURNER, R.; CONVERSE, P. Social Psychology. The study of human interaction. New York: Holt, Rinehart and Winston, Inc., 1965 (capítulo 1).